Em palestra dedicada ao advento da mobilidade e da Internet das Coisas (IoT) no BR Week 2016, grandes especialistas do mundo digital debateram como os usuários deverão “terceirizar” decisões para esses sistemas, como terceirizou boa parte de sua memória para o Google. Descubra a seguir como esse novo cenário deverá impactar as relações de consumo .

LIBERDADE PARA APLICAÇÃO DE NOVOS CONTEXTOS
De acordo com João Eduardo Ferreira Neto, gerente de inovação do CPQD, a Internet das Coisas (IoT) pressupõe a liberdade de aplicação dos dados, que poderão ser usados em novos contextos, alavancando novos serviços. “Os recursos não estarão mais confinados, como uma câmera de shopping, por exemplo. Haverá a cooperação automática entre todas as coisas, que muitas vezes tomarão decisões em nosso favor. As informações estarão disponíveis ao consumidor de forma transparente a partir de tecnologia cada vez mais invisível”, disse ele durante o evento.  “A fronteira entre pessoas, negócios e coisas gradativamente mais tênue. Sensores nas roupas poderão auxiliar os serviços públicos, interrogando sinais vitais e gerando relatórios de dados para enviar a hospitais, médicos, parentes, bancos, seguradoras, etc.”

IoT E MOBILIDADE PASSAM A FAZER PARTE DE TODA DISCUSSÃO ESTRATÉGICA
Onde a internet das coisas vai agregar valor no varejo? Para Ferreira Neto, “no checkout automático, capaz de reduzir até 79% dos recursos humanos, em promoções em tempo real (beacons e smartphones) e na otimização de layouts por meio da geolocalização”. Para o executivo, a infraestrutura já está colocada, e “para avançar os dispositivos precisam baixar de preço e a migração do IP para o IPv6, protocolo que viabiliza a IoT, deve ser concluída”.

CONEXÃO DIRETA COM O PÚBLICO-ALVO
Muitas vezes o cliente leva preocupações para o varejo que são de responsabilidade da indústria, e a IoT deverá revolucionar a manutenção preventiva. “O quão legal será quando a máquina avisar automaticamente o fabricante de que ela irá quebrar? Temos um piloto com máquina de lavar nos Estados Unidos para uso e reposição de insumo, eliminando etapas de compra. No Brasil tivemos sucesso com a categoria de refrigeradores, em que conseguimos detectar um dia antes que o aparelho apresentaria defeito e enviar um técnico antes de quebrar”, revela Carlos Eduardo Sousa, diretor de Ecohouse e serviços ao consumidor da Whirlpool Latin America. “O grande segredo da IoT para a tríade indústria, consumidor e varejo é que ele permite que a gente se conecte diretamente aos nossos consumidores.”

OPORTUNIDADES LATENTES NO VAREJO
Para Gabriel Farias, diretor de inovação da Samsung América Latina, nenhuma empresa irá construir a IoT sozinha. “A IoT é assim chamada porque as coisas começarão a conversar, gerar as próprias informações e se conectar com a nossa internet. Os custos estão baixando de forma exponencial e hoje já fazemos diagnóstico de TV e maquina de lavar à distância”, garante o executivo. De acordo com o diretor, os novos serviços da Samsung deverão se propagar de acordo com a necessidade, contudo observa: “No varejo as oportunidades são mais latentes, pois os ganhos para o consumidor são enormes. Será algo natural e desenvolvido de forma muito rápida.”

(Por NoVarejo – Danilo Barba) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM