De janeiro a março de 2016, 2.112 estabelecimentos comerciais foram fechados em todo o estado do Rio de Janeiro, segundo pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio (CDLRio). Isso representa um aumento de 13,4% em relação ao mesmo período de 2015, quando foram fechadas 1.863 lojas.

Somente no município do Rio foram extintas 847 lojas, um crescimento de 17,2% em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. A pesquisa mostrou que o Rio representa 40,1% do total de empresas extintas em todo o estado, no período.

“Esses dados refletem a situação do país que estamos vivendo, uma situação difícil na economia, de inflação alta, que corrói o salário do trabalhador, diminui o poder de compra, além de juros elevados, que prejudica a economia como um todo”, analisou Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio.

Já no mês de março, em relação ao mesmo mês em 2015, houve queda de 4,9%. Em 2015, haviam sido extintas 284 empresas, enquanto em 2016 esse número chegou a 270 na capital fluminense.

“Outro fator importante é o desemprego. As pessoas que não têm trabalho não têm emprego, não podem consumir, não podem comprar. Então, é efeito cascata. O comércio no Natal (principal data de vendas do setor) de 2015 comprou cerca 25% menos do que no ano anterior, então isso quer dizer que a indústria produziu menos também. Outro problema é o clima de incerteza, de insegurança. Empresas com receio de investir e consumidor com receio de comprar”, completou.

Por regiões
No mês de março, a Zona Oeste foi a região que registrou o maior crescimento de empresas extintas na comparação entre os anos de 2015 e 2016. Ao todo, neste ano, foram fechadas 80 lojas contra 66 no ano anterior.

As demais regiões, no entanto, mostraram queda no mês na comparação com o ano passado. O Centro foi o bairro que registrou o maior recuo de empresas extintas, com -23,1%. Em março de 2015 haviam sido fechadas 52 lojas enquanto em 2016, 40.

Na Zona Sul, a queda foi de 11,1%. Foram extintas 56 lojas no mês em 2016 contra 63 em 2015, enquanto na Zona Norte, a retração foi de 8,7%, 94 empresas extintas contra 52.

Resultado no trimestre
Já no trimestre, houve crescimento em todos os bairros analisados. O maior crescimento, 30,4%, foi observado na Zona Oeste. De janeiro a março foram fechadas 249 lojas neste ano, enquanto em 2015, 191.

“Temos fatores importantes, fatores locais. Como é o caso das obras no Centro da cidade, que tem prejudicado o comércio. De modo geral, a obras do BRT da Zona Oeste e também as obras do metrô que afetaram muito Ipanema e agora Leblon [na Zona Sul]. Tem a questão da crise macro e também as questões locais”, concluiu.

A Zona Norte tem o segundo maior percentual de fechamento de lojas, 16,1%: 296 estabelecimentos em 2016 contra 255 em 2015. Enquanto na Zona Sul foram fechadas 165 neste ano contra 147 do ano passado, um aumento de 12,2%.

O Centro foi o bairro que registrou o menor número de empresas extintas no primeiro trimestre, 5,4%. Foram 137 no período em 2016 contra 130 em 2015.

“Segundo analistas, acho que talvez [haja uma perspectiva de melhora] só no final do ano que vem. As medidas econômicas demoram certo tempo aparecer. Mas tem o efeito psicológico, se tiver solução a crise política, pode voltar a ter certa confianças e é um feito positivo.  Em todo caso o ano de 2016 é um ano perdido”, analisou.

(Por G1) varejo, núcleo de varejo, retail lab, ESPM