Em um ano de vigência da Lei 5.502/09, que desestimula o uso de sacolas plásticas no estado (sem proibir), a população fluminense deixou de consumir 600 milhões de sacolas – número que representa redução de cerca de 25% em relação as 2,4 bilhões de sacolas que eram distribuídas anualmente.

Os dados foram levantados pela Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) e divulgados nesta sexta-feira, 15 de julho, pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que ficou satisfeito com o resultado. No entanto, ele ressaltou que é preciso intensificar a campanha e criar novas ações para estimular o consumo consciente da população fluminense.

“É um resultado expressivo. São menos 600 milhões de sacolas nos rios, lagoas e canais. É menos gasto para o Poder Público em dragagem e menos gente que perde tudo e morre por causa das inundações. Mas nosso objetivo é dobrar essa meta no ano que vem e passar para 50% de redução em relação ao número inicial de 2,4 bilhões de sacolas”, acrescentou o ex-ministro do Meio Ambiente.  Entre as propostas para incentivar o consumidor a aderir à campanha para reduzir o consumo de sacolas plásticas, Minc citou a redução do preço das embalagens reutilizáveis, o aumento do desconto dado ao cliente que não usa sacolas plásticas e a veiculação de peças publicitárias sobre o assunto.

O secretário visitou alguns supermercados na capital para ver se os estabelecimentos estão cumprindo a lei e dando o desconto de 3 centavos por sacola não utilizada, viabilizando alternativas e informando com cartazes sobre o desconto e os males ao meio ambiente que esse tipo de embalagem traz. Durante a operação foram entregues também folhetos para incentivar a sociedade a mudar de comportamento.  Para o presidente da Asserj, Aylton M. Fornari, a lei vingou. “A população aceitou bem a iniciativa, e nós, da associação, vemos os resultados com bons olhos. Não vai resolver o problema, mas, enquanto não houver ações mais severas ou um produto menos danoso para substituir de vez as sacolas plásticas, a lei pelo menos minimiza o problema.”

Adepta das sacolas retornáveis antes de a lei entrar em vigor, a publicitária Sibele Aquino reclamou da falta de informação sobre os descontos nos supermercados e da pouca consciência das classes média e alta que, segundo ela, ainda usam as sacolas plásticas por preguiça. “Estive em Portugal recentemente e lá os mercados cobram cerca de 10 centavos de euro por cada sacola plástica. Acho que deveria ser assim aqui também”, sugeriu.

(Por EcoD)