A farmacêutica norte-americana Pfizer acertou na terça-feira (6) o cancelamento de seu acordo de US$ 160 bilhões para adquirir a Allergan, fabricante do Botox – operação que daria origem à maior farmacêutica do mundo em vendas, segundo “Wall Street Journal”.

O fim da fusão é uma vitória para a investida do presidente Barack Obama mirando evitar fusões corporativas que tenham como fim evitar impostos, segundo a Reuters.

Em nota enviada à Securities and Exchange Comission (SEC, equivalente à CVM brasileira), a Pfizer afirmou que as empresas decidiram pôr fim ao acordo em consentimento mútuo, “como resultado da ocorrência de uma mudança tributária adversa”. A gigante norte-americana vai pagar US$ 150 milhões à Allergan como compensação pelos gastos com o acordo encerrado.

Mudança tributária
A decisão de dar fim ao maior negócio de “inversão” de impostos já tentado – que teria reduzido a conta tributária da Pfizer ao trocar seu domicílio para a Irlanda, onde a Allergan é registrada –  ocorreu um dia após o Tesouro dos Estados Unidos revelar novas regras para evitar tais inversões.

Embora essas novas regras não tenham citado nominalmente Pfizer e Allergan, uma de suas disposições mira uma característica específica dessa fusão: o histórico da Allergan como uma grande compradora de outras empresas. O subsequente fim do acordo permite que Obama cite uma grande vitória durante seu último ano no cargo.

Nesta terça-feira, Obama classificou a fuga global de impostos como um “grande problema” e incitou o Congresso a tomar medidas para evitar que companhias norte-americanas realizem “inversões”, que reduzem suas contas tributárias por meio de mudança de domicílio ao exterior.

Por G1