Maior empresa de varejo do mundo, o Walmart confirmou hoje em comunicado mundial o fechamento de 60 lojas no Brasil, como antecipado ontem pelo Valor PRO serviço de notícias em tempo real do Valor. A companhia informou também o fim das operações de 269 pontos no mundo (incluindo neste número o encerramento dos pontos no país). Segundo o grupo, o volume de unidades que deixam de funcionar no país equivale a 5% das vendas locais.

Em outubro de 2015, a empresa disse que uma revisão ativa da carteira estava em andamento para garantir o alinhamento dos ativos à estratégia.

A ação de hoje segue uma revisão completa de quase 11.600 lojas em todo o mundo do Walmart, que levou em conta uma série de fatores, incluindo o desempenho financeiro, bem como o alinhamento estratégico com planos a longo prazo. “No total, as lojas afetadas representam menos de 1% da metragem global e das receitas”, informou o grupo.

“Fechar lojas não é uma decisão fácil, mas é necessário para manter a empresa forte e posicionada para o futuro. É importante lembrar que nós vamos abrir bem mais de 300 lojas em todo o mundo no próximo ano. Então, nós estamos comprometidos com o crescimento, mas estamos sendo disciplinados sobre isso “, escreveu, em nota, Doug McMillon, presidente do grupo no mundo.

No material divulgado no site do Walmart, a empresa cita uma estimativa de abertura internacional de lojas entre 200 e 240 no proximo ano.

A companhia disse ainda que aproximadamente 16 mil empregados mo mundo serão “impactados” com o encerramento das lojas. Desse total, cerca de 10 mil seriam empregados americanos. Além de eventuais demissões, a varejista pode recorrer a transferência de funcionários, diz o material divulgado ao mercado.

Sobre as demissões, a empresa informou que, quando não for possível realocar o funcionário, irá fornecer 60 dias de salário e, caso sejam elegíveis, uma indenização, bem como currículo e treinamento.

Impactos

A empresa informou ainda que o impacto do fechamento de lojas no lucro por ação é estimado em aproximadamente US$ 0,20 a US$ 0,22 nas operações continuadas, sendo US$ 0,19 a US$ 0,20 apenas no quarto trimestre do ano fiscal de 2016 e o restante no primeiro semestre fiscal de 2017.

Segundo a companhia, cerca de 75% deste efeito refere-se ao fechamento de lojas nos EUA e a parte restante envolve o Walmart International, “com uma grande maioria do impacto relativo aos encerramentos no Brasil”.

O Walmart irá divulgar resultados do quarto trimestre e do ano no dia 18 de fevereiro.

EUA

A empresa informou ainda que vai fechar 154 lojas nos Estados Unidos, incluindo 102 unidades de formato menor, o Walmart Express, um projeto piloto em operação desde 2011. O Walmart vai se concentrar no fortalecimento dos supercenters (hipermercados), deve buscar maior eficiencia nos minimercados e expandir o comércio eletrônico. Também estão incluídos nos encerramentos nos EUA 23 supermercados de vizinhança, 7 lojas em Porto Rico, 6 lojas de desconto e 4 unidades do Sam’s Club.

“Internacionalmente, a empresa está seguindo uma estratégia disciplinada de gerir ativamente a sua carteira. Em consonância com esta estratégia, a empresa está fechando 115 lojas fora dos Estados Unidos. Isso inclui 60 pontos recém-fechados, de lojas deficitárias no Brasil, o que representa apenas 5% das vendas nesse mercado. A empresa já tem sido capaz de mudar muitos funcionários afetados no Brasil para outras lojas”. Das 115 lojas, as 55 restantes (fora o Brasil), são pequenos pontos em outras partes da América Latina.

A empresa ainda vai completar avaliação de efeitos locais no resto do mundo.

“O Walmart vai continuar a investir no seu futuro, com planos de abrir lojas em todo o mundo no próximo ano fiscal”, informa o grupo.

Internamente, o Walmart pretende abrir 50 a 60 supercenters (hipermercados) e 85 a 95 mercados de bairro no ano fiscal de 2017, que começa em fevereiro.

No mesmo período, o Sam’s Club planeja abrir entre 7 e 10 novos pontos. Internacionalmente, o Walmart pretende abrir entre 200 e 240 lojas durante o próximo ano.

Os negócios com ações da companhia tiveram início há pouco na Nyse. Neste momento, os ativos registram queda de 1,89%, cotados a US$ 61,83.

(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM