Com mais dinheiro no bolso e buscando opções mais saudáveis – sem abrir mão de praticidade e sabor – o brasileiro está consumindo mais alimentos saudáveis em embalagens, categoria que expressa algum nível de industrialização nos produtos.

O valor das vendas desse tipo de alimento (sem incluir bebidas) no país passou de US$ 6,26 bilhões em 2005 para US$ 14,8 bilhões em 2010, de acordo com um estudo do Euromonitor. O estudo inclui alimentos embalados diet e light; funcionais fortificados; orgânicos; os naturalmente saudáveis; e os específicos para intolerância alimentar. O Euromonitor ainda estima um mercado de US$ 21 bilhões para esse segmento no Brasil até 2015.

Os resultados demonstram uma expansão também observada em uma das principais feiras de negócios do setor, a Naturaltech, que neste ano será realizada de 21 a 24 de julho na Bienal do parque do Ibirapuera em São Paulo, paralelamente à Bio Brazil Fair, voltada aos orgânicos.

“As edições das feiras marcaram essa transição de FLV (frutas, verduras e legumes), maioria entre os expositores no início, para os produtos com diversos níveis de industrialização, que hoje compõem a maior parte dos estandes”, diz a gerente de negócios das feiras, Lucia Cristina De Buone.

Para efeito comparativo, o segmento de alimentos embalados em geral cresceu apenas 44% neste mesmo período: 2005 a 2010. Segundo o Euromonitor, um dos fatores a impulsionar esse mercado é o fortalecimento da classe média. Empresas que antes focavam alguns consumidores no Sul e no Sudeste estão ampliando vendas para outras regiões e oferecendo produtos de maior valor agregado a uma população com maior poder de compra.

O espaço é crescente também para as FLV, mas os industrializados ajudam a aproximar aqueles que querem melhorar os hábitos alimentares, mas não podem ou não querem sempre abrir mão da praticidade e de outras características dos alimentos tradicionais considerados menos saudáveis.

Um exemplo dessa aproximação é a pipoca de microondas da Jasmine, que não utiliza gordura, apenas grãos especiais e sal marinho, tornando-a até 30% menos calórica que versões comuns. A empresa também possui uma grande linha de biscoitos doces e salgados integrais para proporcionar lanches rápidos com mais nutrientes.

A Korin, tendo iniciado suas atividades com hortaliças, frutas orgânicas e a criação natural de galinhas, sem antibióticos ou ração de origem animal, hoje oferece, além disso, uma série de vegetais congelados e até sopa de galinha instantânea orgânica para atrair quem busca praticidade.

“ um movimento cada vez maior. Na primeira edição da feira, em 2004, foram 160 expositores e 9 mil visitantes. Já em 2010 o número de expositores e visitantes saltou para 230 e 21,5 mil, respectivamente”, conta a gerente de negócios da Naturaltech.

Veículo: Diário do Comércio – MG – 08/07/2011