O ambiente macroeconômico fraco, juros e inflação em alta, além de incertezas políticas, são os fatores que fazem as companhias abertas não terem boas notícias em seus balanços do segundo trimestre.

“A piora macroeconômica do Brasil no segundo trimestre, com expectativa de queda de 1,9% do PIB no período ante recuo de 1,6% nos três primeiros meses do ano, tem forte contraste com as condições de crescimento relativamente estáveis do México, Chile e Colômbia”, diz o Itaú BBA, em relatório com estimativas de resultados.

Para o BTG Pactual, a expectativa é que as cerca de 100 companhias não financeiras cobertas pelo banco mostrem crescimento de 5% na receita líquida.

Empresas como Magazine Luiza, Via Varejo e Pão de Açúcar tendem a ser mais afetadas, pois enfrentam um ambiente mais duro de crescimento e sofrem pressões de margem com aumento substancial de despesas.

Entre abril e junho, o Pão de Açúcar registrou receita líquida de R$ 16,1 bilhões, com expansão de 6%. O segmento alimentar subiu 6,4% e o não alimentar avançou 5,3%. De acordo com a empresa, os números foram prejudicados pelo cenário de consumo mais cauteloso. A receita líquida “mesmas lojas” recuou 2,9% no período, com destaque para Via Varejo, que apresentou baixa de 23,5% no indicador.

Como o Pão de Açúcar tem recuperado gradualmente as vendas após o terceiro trimestre de 2014, o BTG Pactual espera que a diferença em relação ao Carrefour diminua no segundo semestre. Já o BBA avalia que as vendas da rede francesa estão desacelerando no país.

Para a subsidiária Via Varejo, a situação é mais complicada. “Nosso modelo assume queda de receita de aproximadamente 12% ao ano, refletindo tanto a base de difícil comparação com o período de Copa do Mundo [junho e julho de 2014] quanto a desaceleração econômica”, afirma relatório do Citi sobre a Via Varejo, que tem expressiva fonte de receitas vinda da venda de eletrônicos.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM