A Loungerie, grife de moda íntima feminina do grupo Brasif, planeja abrir franquias neste semestre. A companhia está com 29 lojas próprias em operação e espera abrir pelo menos três unidades de franquia neste ano. Uma delas será inaugurada em setembro, no Shopping Ibirapuera, em São Paulo.

“A meta é acelerar o processo de expansão em 2016. Esse negócio exige um empreendedor experiente e com caixa para sustentar a operação”, afirmou Carlos Eduardo Padula, presidente da Loungerie. Ele disse que as lojas, em média, geram receita anual superior a R$ 3,6 milhões e, por isso, não podem aderir ao Simples.

A Loungerie foi fundada em 2009 com a proposta de oferecer mais variedade de tamanhos e modelos de peças íntimas femininas. As lojas, de 200 metros quadrados, são bem maiores que lojas de lingerie tradicionais, que costumam ter entre 40 e 80 metros quadrados. O número de itens em estoque gira em torno de 20 mil produtos, contra 6 mil de uma loja tradicional. Para sustentar o negócio, o franqueado precisa de um investimento inicial de R$ 1 milhão. Para comparar, uma franquia da Hope exige investimento inicial de R$ 200 mil e uma da Marcyn, R$ 220 mil.

O executivo disse que a meta é chegar a 100 lojas em 2020, entre unidades próprias e franquias. Até agora, a companhia fez expansão apenas com unidades próprias. No ano passado, a Loungerie chegou a 25 lojas. Neste ano, já inaugurou quatro das cinco unidades diretas que estavam planejadas, todas com recursos próprios.

Padula disse que a expansão da rede tem como alvo capitais e cidades de grande porte do Nordeste, Centro-Oeste e Norte do país. No caso das franquias, a meta inicial da companhia é abrir unidades no interior de São Paulo, no Rio de Janeiro, em Florianópolis e no interior do Paraná.

O executivo informou que as lojas apresentaram, no primeiro semestre, um crescimento de 32% nas vendas sob o conceito mesmas lojas (unidades abertas há mais de 12 meses).

Neste ano, em função do cenário econômico mais difícil, a empresa tem trabalhado com preços mais baixos. Padula disse que as peças têm sido vendidas, em média, a preços 10% mais baixos que os da concorrência. O executivo afirmou que houve perda na rentabilidade por conta do cenário atual, mas que a companhia opera com lucro. A Loungerie não divulga seus resultados financeiros.

Para garantir preços mais baixos, a companhia fez ajustes no grupo de fornecedores para obter as peças íntimas com custo mais baixo. As peças são desenhadas pela Loungerie e produzidas por fabricantes terceirizados. Em torno de 30% da produção é feita no Brasil; o restante é importado de países da Ásia. “As rivais têm indústria própria e dependem muito do mix de produtos que possuem. A Loungerie, por ter produção terceirizada, consegue mais fluidez na produção e troca de coleções”, disse o executivo.

(Por Valor Econômico) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM