A crise econômica, mais a vez, pode virar oportunidade para o autosserviço alimentar. Isso, porém, depende de como a indústria e o varejo vão trabalhar a execução das categorias dentro e fora dos pontos de venda.

A pesquisa Mudanças de Mercado Brasileiro 2015, divulgada hoje (31/3) pela Nielsen mostra que a presença na loja e a diferenciação no PDV serão fundamentais para muitas categorias. “A ideia é ativar os produtos nas gôndolas. Mas pra isso dar certo tem que ser feito com base no perfil de cada categoria. Caso contrário, será um gasto sem retorno”, diz Mayane Soares, executiva de atendimento da Nielsen.

Para tornar esse processo mais claro, a Nielsen reagrupou categorias em suas similaridades em execução. São seis grupos: benefício promocionado (papel higiênico, escova dente, creme de barbear e sabonete líquido); abastecimento (carnes, pães e leite); consumo ocasional (toalha de papel, protetor solar e uísque); básico sofisticado (salgadinhos, bolachas e suco pronto); impulso (chocolate, lâmina de barbear e pilha) e o grupo de cerveja e refrigerante.

Segundo Glória Tittoto, executiva de atendimento da Nielsen, cada grupo está em diferentes estágios de desenvolvimento no mercado. Ao agrupar os grupos de consumo ocasional e o de impulso temos um terceiro grupo que é o de necessidades específicas. Os outros quatro grupos viram um grupo maior, o de necessidades básicas.

No NE (necessidades específicas), 49,4% de seu público é eficiente, ou seja, tem baixo nível de gastos, porém confortável, e valoriza bem-estar. Já as categorias desse grupo são pouco pulverizadas no PDV e de baixa frequência de consumo. “Desta forma, para garantir boas vendas em período de crise é preciso atrair mais consumidores pra esses produtos e suas marcas e criar novos usos para os Skus. E são categorias que crescem mais em supermercados e minimercados. Tem que ter degustação, com explicação do promotor”, afirma Glória.

O grupo NB (necessidades básicas), 48% de seu público está apertado, ou seja, tem nível de gastos baixo e isso apenas com o básico. Suas categorias são maduras, movidas por ações de preço e, por isso, elas crescem mais no canal  cash & carry. As categorias NB também dependem de bom gerenciamento do portfólio, atividades promocionais por meio de promopacks assertivos.

“Parceria com a indústria será ainda mais fundamental para o setor em 2015. Caso contrário não vai conseguir executar bem suas categorias”, destaca a executiva de atendimento da Nielsen.

(Por Supermercado Moderno) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM