O acesso e o fechamento de compras no varejo on-line por meio de aparelhos como celulares e tablets cresceu de forma rápida em 2014, segundo empresas do setor.

Na B2W Digital, que reúne Americanas.com, Submarino e Shoptime, a conexão através de dispositivos móveis atingiu 24% do tráfego total no quarto trimestre de 2014. No mesmo período de 2013, a parcela havia sido de 12%.

Também na Cnova, que inclui o e-commerce de Extra, Pontofrio e Casas Bahia, as vendas concluídas por meio de smartphones e tablets saltaram de 4,4% em 2013 para 10,5% no ano passado.

Os números mostram que, apesar do avanço, o percentual de internautas que usam os meios móveis apenas para consulta ainda é maior.

“A participação do smartphone na compra é menor, mas o aparelho cada vez mais influencia na decisão do consumidor”, diz Romero Rodrigues, CEO global do Buscapé.

Em 2014, os acessos ao comparador de preços pelo mobile atingiram 32% –eram 13% no ano anterior. Hoje, aos finais de semana, há picos de até 40%.

Entre os consumidores que preferem os computadores tradicionais, as principais razões são o receio com a segurança e a falta de praticidade para obter detalhes do produto em uma tela menor.

“Há ainda uma boa parcela que paga com boleto e precisa usar o computador para imprimir o documento”, diz Rodrigo Borer, presidente do Buscapé na América Latina.

Importação de bens de consumo cai 70% no 1º tri
O setor de importação de bens de consumo reduziu em cerca de 70% as compras de mercadorias no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014, puxado pelo câmbio desfavorável.

Este deverá ser o pior ano do segmento em dez anos, segundo a Abcon (que representa as empresas importadoras de utilidades domésticas, presentes e confecções, entre outros artigos).

“Nem quando o dólar chegou a R$ 4 [em 2002] foi tão ruim, pois a confiança do consumidor era elevada e eles aceitavam pagar mais pelo produto”, diz Gustavo Dedivitis, presidente da entidade.

As mercadorias de bens de consumo importados estão entre 30% e 40% mais caras.

Um jogo de jantar, por exemplo, que em dezembro custava R$ 276, não é encontrado por menos de R$ 380, segundo o executivo.

“Esse é o momento para as fabricantes brasileiras tentarem se sobressair aos importados em relação a preços. ”

Alguns empresários que contrataram financiamentos específicos para esse setor passaram a arcar com débitos maiores que o planejado, devido à cobrança em dólar.

“Mesmo as empresas que não compraram com o dólar alto reajustaram os preços.”

O setor faturou R$ 9 bilhões em 2014, 18% a menos que no ano anterior.

MAIS CONTAS NO FIM DO MÊS
O percentual de famílias endividadas no país cresceu em março, na comparação com o mês anterior, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio).

O número saltou de 57,8% para 59,6% no período –a parcela inclui famílias que têm algum tipo de despesa a pagar, mas não necessariamente contas vencidas.

A elevação no custo de vida causada pelo reajuste de preços de itens como energia e gasolina foi um dos motivos para o crescimento, de acordo com Marianne Hanson, economista da entidade.

“O início do ano já é um período em que, por questões sazonais, como pagamentos de impostos, ocorre uma elevação no percentual de famílias endividadas”, afirma.

“Com o aumento de preços causado por pressões inflacionárias neste início de 2015, houve um maior comprometimento da renda.”

O percentual de famílias que tem dívidas em atraso também registrou uma leve evolução no período, de 17,5% em fevereiro para 17,9% no mês seguinte.

O cartão de crédito apareceu como o principal motivo do endividamento (73,4%), seguido por carnês (18,2%), financiamentos de carro (14,4%) e da casa (8,3%).

DURÁVEIS COMPACTOS
A intenção dos brasileiros em comprar aparelho celular e computador teve a maior parcela em um mês de janeiro desde o início da série histórica da Fecomércio-RJ, em 2007, segundo estudo encomendado à consultoria Ipsos.

Dos 17,6% dos brasileiros entrevistados que pretendem adquirir algum bem durável até abril deste ano, 14,8% querem comprar um celular e 10,7% um computador.

“Itens de maior valor e que antes recebiam incentivos do governo, como carros e produtos da linha branca, passaram a competir por espaço com produtos de tecnologia”, afirma Christian Travassos, economista da federação.

A televisão é o artigo mais cobiçado, com 15,4%. Entre os eletrodomésticos, a geladeira lidera, com 12,7%.

Em janeiro de 2014, a parcela disposta a comprar bens duráveis era de 17,9%.

“Em meio ao cenário pelo qual o país passa, se manter no mesmo patamar é uma boa notícia”, diz Travassos.

Olho… O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE) apresentou nesta quarta (25) projeto que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal e impede mudança do superávit fiscal.

…no fiscal Medida para mudança só seria aceita em casos como de calamidade pública. O objetivo é evitar que o Executivo envie proposta de alteração da LDO perto do fim do exercício financeiro.

Frota O setor automotivo deve se reunir com o ministro Armando Monteiro, do MDIC, hoje. Na pauta, a linha Finame/PSI, do BNDES.

USADOS EM ALTA
Apesar da desaceleração econômica, imobiliárias registraram aumento na comercialização de imóveis residenciais usados na região metropolitana de São Paulo.

Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas aumentaram 9,7% na Lello Imobiliária, na comparação com o mesmo período de 2014.

“Esse desempenho é um reflexo da crise, que tornou o imóvel usado mais barato e seguro em relação aos que ainda estão na planta”, afirma Igor Freire, diretor da imobiliária paulista.

Outro fator que alavancou as vendas no período foi a disponibilidade de crédito, diz Freire. “Cerca de 80% das negociações foram fechadas por meio de financiamentos concedidos pelos bancos.”

O valor médio negociado de casas e apartamentos na Lello girou entre R$ 600 mil e R$ 750 mil. O tipo de imóvel mais procurado foi o de dois quartos com, pelo menos, duas vagas na garagem.

A elevação da procura de usados na região não indica recuperação do segmento, diz Rodrigo Gordinho, da Lopes Imobiliária. “Temos que lembrar que ainda há um grande estoque de lançamentos que estão sem destino”, avalia.

APOSTA NA MOEDA
O otimismo dos alemães em relação ao euro cresceu 19 pontos percentuais em um período de dois anos, segundo uma pesquisa feita pela consultoria GfK.

A parcela que afirma confiar na moeda comum do continente ficou em 57% dos entrevistados. Em 2013, o número havia sido de 38%.

O crescimento foi o maior em uma lista de 12 itens citados pela consultoria. No caso dos partidos políticos, por exemplo, o apoio dos alemães passou de 16% para 19% no mesmo intervalo.

Em relação ao governo, a evolução foi de 34% para 40%, e à Justiça, de 65% para 64% no período de dois anos. Foram ouvidas cerca de mil pessoas para o estudo.

(Por Varejista) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM