O painel de abertura do segundo dia do World Retail Congress, um dos principais eventos de varejo do mundo, que acontece nesta semana em Paris com cobertura exclusiva da revista NOVAREJO, mostrou a visão do Google a respeito do setor. Para Sameer Samat, Vice Presidente de Gestão de Produtos do Goggle Shopping, o futuro do varejo de vizinhança passa pelo celular e, claro, pela principal ferramenta de busca online do mundo.

“Um exemplo da influência do mobile e do Google sobre o varejo é o fato de que, nos EUA, entre 2010 e 2013 o fluxo de clientes nas lojas caiu 53%, mas o valor de cada visita dos consumidores subiu 13%. Isso significa que os consumidores passam menos tempo procurando produtos, mas são muito mais assertivos no PDV”, analisa. Nessa busca por assertividade, o Google pretende ser a conexão entre varejistas e lojistas, apresentando o produto correto, na hora certa, no lugar mais adequado para o consumidor.

“Temos trabalhado com alguns varejistas, como a francesa Darty, para apresentar online o estoque das lojas. Assim, o consumidor pode tomar a decisão de visitar uma loja para comprar o produto ou até mesmo comprar online e retirar no PDV”, comenta Samat. Em um exemplo claro de como o varejo está bem atrás da demanda dos clientes, 86% das buscas por produtos no Google ocorrem de dentro de uma loja, mas apenas 32% dos varejistas nos Estados Unidos dão aos clientes a possibilidade de verificar se um determinado produto está em estoque em determinado ponto de venda.

Para tornar a compra mais amigável e diminuir as fronteiras entre o online e o offline, o Google fechou parcerias com diversos varejistas na região de San Francisco, nos EUA, para o desenvolvimento do Google Shopping Express, um serviço que entrega em até 24 horas as compras realizadas pelos clientes nas lojas parceiras do projeto, como Whole Foods, Walgreens, Target, Costco, Toys ‘R’ Us e L’Occitane.

A compra é fechada online e os produtos, mesmo que de varejistas diferentes, são entregues de forma coordenada na casa do cliente, com possibilidade de agendamento do pedido. “Depois da criação da plataforma, 94% dos consumidores passaram a comprar mais produtos dos varejistas participantes. Isso mostra que, quando facilitamos o processo de compras, o cliente se torna mais fiel”, acredita Samat.

(Por No Varejo – Escrito por  Renato Müller) varejo, núcleo de estudos e negócios do varejo, retail lab, ESPM